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Capítulo 37 — Vozes do Selo

O selo desperta quando a lua está alta.

Não há sono que o cale. Não há silêncio que o esconda.

Ele pulsa como coração que não pertence a apenas um corpo. Cada batida atravessa carne, ossos, lembranças. É como se três ecos diferentes vivessem dentro dele — três vozes que se entrelaçam, três forças que não se apagam.

E Selene, mesmo sem saber, já não caminha sozinha.

A primeira voz é pedra.

Fria. Certeira. Forjada no ferro e no sangue.

É a voz de quem nunca pediu trono, mas ergueu muralhas ao redor do coração até que se tornasse lâmina.

— Não hesite.

A ordem corta como aço, ecoa dentro do selo, lembrando que cada queda é morte, que cada fraqueza é sentença.

A pedra não beija com doçura, não toca com gentileza.

A pedra marca. E cada marca é corrente.

A segunda voz é fogo.

Denso. Voraz. Feroz como a lua quando sangra no céu.

É a voz de quem nasceu para comandar, para carregar o peso de todos, mesmo que o próprio corpo desmorone por dentro.

— Não fuja.

O comando arde como labareda, queiman
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