O selo desperta quando a lua está alta.
Não há sono que o cale. Não há silêncio que o esconda.
Ele pulsa como coração que não pertence a apenas um corpo. Cada batida atravessa carne, ossos, lembranças. É como se três ecos diferentes vivessem dentro dele — três vozes que se entrelaçam, três forças que não se apagam.
E Selene, mesmo sem saber, já não caminha sozinha.
A primeira voz é pedra.
Fria. Certeira. Forjada no ferro e no sangue.
É a voz de quem nunca pediu trono, mas ergueu muralhas ao redor do coração até que se tornasse lâmina.
— Não hesite.
A ordem corta como aço, ecoa dentro do selo, lembrando que cada queda é morte, que cada fraqueza é sentença.
A pedra não beija com doçura, não toca com gentileza.
A pedra marca. E cada marca é corrente.
A segunda voz é fogo.
Denso. Voraz. Feroz como a lua quando sangra no céu.
É a voz de quem nasceu para comandar, para carregar o peso de todos, mesmo que o próprio corpo desmorone por dentro.
— Não fuja.
O comando arde como labareda, queiman