(POV Selene)
O depósito nunca pareceu tão pequeno. As paredes rachadas parecem se fechar ao meu redor, carregadas pelo cheiro de ferro, suor e pólvora. Cada sombra no concreto se estica como se tivesse vida, e eu sei que não é só imaginação — desde que o selo queimou no meu pulso, nada mais é só o que parece.
Eles estão aqui.
Sempre estão.
E eu já não sei se isso me protege ou me prende.
Ronan afia uma lâmina no canto, o movimento ritmado, como se fosse respiração. O som seco da pedra contra o metal ecoa pelo espaço, lembrando a cada segundo que ele nunca descansa. O soldado não sabe parar. Não sabe ser menos que guerra.
Dorian ronda como fera em cela apertada. Cada passo dele faz o ar mudar de peso, como se até a sombra obedecesse. Não fala, mas não precisa. A presença dele é um comando silencioso. Cada vez que ele cruza a sala, sinto o selo arder sob a pele.
E Caelan…
Deitado sobre a mesa, fingindo tédio, girando uma moeda entre os dedos. O sorriso preguiçoso colado no rosto, mas os