O sol desceu devagar, como quem sabe que a última luz é juramento.
Nos vilarejos, as portas foram polvilhadas de sal vivo; as janelas, fechadas com nó simples; as mesas, limpas com pano de pinho.
Erynn havia dito: uma voz por casa.
Não para fazer coro alto, mas para que o silêncio ouvisse cada nome.
No Bico de Neve, a velha Alaíde sentou os netos no banco e acendeu a lamparina pequena.
— Primeiro o nosso — disse, firme.
Os meninos repetiram, um tropeçando na sílaba do meio; ela riu.
— O erro fica. É o que nos encontra no escuro.
Depois, completou a senha:
— “Queimei a rapadura no degelo e todo mundo comeu assim mesmo.”
No Vale do Veado Branco, Maelle, a aprendiz de escriba, deixou a pena numa tigela de água salgada e se sentou na soleira com a mãe.
— “Somos do cais que range” — entoou, a voz um pouco trêmula. — E a senha: “Escrevi ‘canção’ com dois esses.”
A mãe sorriu.
— E cantaram mesmo assim.
Em cada aldeia, a Patrulha de Memória circulava devagar, verificando nós, repondo