O sal protege porta, mesa e nome.
Mas demora a chegar onde os olhos fecham.
Na noite seguinte à linha na pedra, o Norte dormiu com luzes acesas.
Mesmo assim, vieram os sonhos comprados: breves, polidos, fáceis como feira.
Gente que nunca tocou o mar sonhou com espelhos de água sem vento.
Mães sonharam com filhos rindo no degelo e acordaram com gosto de ferro na boca.
Erynn percebeu primeiro.
O cajado, encostado à parede, tremeu sem vento — movimento de coisa que sonha.
Ela se ergueu, cobriu os ombros e desceu ao salão.
Helena já estava lá, a mão fechada sobre a runa do entre.
— O Curador plantou páginas no sono — disse, sem rodeio. — Ouço o papel virar dentro da cabeça do povo.
Ronan chegou com olhos de quem não dormiu.
— Um dos batedores chamou a esposa de “menina do lago”. Nunca viu lago.
Sigrid entrou, embrulhada em lãs.
— E uma pequena falou “sou filha do vento” e esqueceu o próprio sobrenome por um instante.
Kael apertou a cicatriz com os dedos.
Ele veio pelo único lug