Naquela noite, ninguém dormiu cedo.
Não depois de descobrirem que as paredes da casa guardavam um “olho” antigo.
Helena caminhava pelos corredores com a lamparina, Lyria ao lado, Erynn atrás.
— Se a casa vê, por que não falou antes? — Helena perguntou.
— Porque ninguém perguntou direito — Erynn disse, seca. — Vocês se acostumaram a viver aqui como se fosse só abrigo.
Encostou o cajado na pedra. — Casa também é testemunha.
Lyria parou de repente.
— Aqui.
Era a porta de uma sala que quase ninguém usava: um pequeno cômodo no andar de cima, onde guardavam objetos antigos, roupas que não serviam mais, coisas que não tinham coragem de jogar fora.
A porta, até então sem importância, agora parecia… presente demais.
Helena aproximou a lamparina.
E viu.
— Mais riscos — murmurou.
Dessa vez, não eram arranhões antigos.
Eram novos.
Três linhas na vertical, uma cruzando.
Frescos.
— Isso… não estava aqui ontem — Helena sussurrou.
Erynn tocou a marca.
— Não tem cheiro dele.
— Dele quem? — Lyria pergu