Três dias se passaram desde o sentimento de culpa e arrependimento não largam de Dante por nada.

Três dias em que o ar dentro da casa parece estagnado, carregado por algo invisível e corrosivo.

Celina continua interagindo com Kaito normalmente, os dois se alfinetando o máximo possível. Já com Dante, o silêncio reina absoluto. Não há mais provocações, tampouco sarcasmo. Apenas a frieza cortante de uma mulher que decidiu erguer muralhas em torno do próprio corpo.

Dante observa da soleira da porta da cozinha enquanto ela come em silêncio. A colher b**e de leve contra a tigela de macarrão requentado. Celina mastiga devagar, os olhos fixos no prato, o rosto impassível.

Kaito senta ao lado dela e comenta algo banal. Celina esboça um sorriso zombeteiro, um gesto que Dante não vê há dias.

Ela responde com uma frase curta. Em seguida, volta à sua refeição como se Dante não existisse.

Ele sente o peito arder. A dor é sutil, mas constante, como uma farpa cravada sob a unha.

Essa frieza não é a me