O aroma suave de comida quente invade o quarto antes mesmo que Celina consiga abrir os olhos. É como se um fio invisível a puxasse de volta à consciência. As pálpebras pesadas protestam contra a luz que atravessa a pele, mas, lentamente, ela força um estreito feixe de visão.
Tenta se erguer.
O movimento é um erro.
Uma onda de tontura atinge sua cabeça como um golpe súbito, fazendo suas vistas se embasarem até que tudo se torne borrões indecifráveis. Ela inspira fundo, prendendo o ar nos pulmões para não ceder à sensação de que vai desmaiar de novo.
— Melhor continuar deitada por mais algum tempo — a voz de Kaito ecoa no cômodo.
Ela vira o rosto na direção dele, as pálpebras pesadas demais para reagirem com rapidez, leva ainda alguns segundos para que as formas se tornem nítidas. O rapaz está sentado na beira da cama, a expressão calma demais para o incômodo que ela sente.
— Eu… não morri — murmura, a voz áspera, arranhando por dentro.
— Não, você não morreu — ele confirma, colocando um