Lena Aris
O sol da manhã era uma linha dourada e fraca espiando pelas frestas das cortinas pesadas, mas a luz que inundava o quarto não vinha de fora. Vinha de dentro de mim.
Havia satisfação, uma enorme satisfação.
Era um prazer físico e profundo que se instalara em cada célula do meu corpo. Eu estava exausta, dolorida, cada músculo, cada curva, cada centímetro da minha pele reclamava do excesso e da brutalidade da noite anterior, mas eu estava deliciosamente satisfeita. Eu não me lembrava de ter tido uma noite tão minha, tão real, desde que me meus pais entraram naquele jatinho. Não era sobre vingança, a minha primeira vez, tinha sido doce, ardente e visceral.
Abri os olhos, o cheiro de suor, sexo e ele preenchendo o ar pesado e íntimo. Ao meu lado, o Estranho dormia profundamente.
Ele estava de bruços, o peito nu e poderoso erguido contra o travesseiro. Fiquei fascinada. O corpo dele era uma tela de arte escura, marcada por desenhos complexos. Observei as tatuagens que subiam pe