Nicole’s P.O.V.
A chuva fina deslizava pelo vidro escuro do carro enquanto o mundo lá fora se tornava um borrão de luzes e sombras. Nicole apoiou o queixo na mão, observando o reflexo do próprio olhar — olhos azuis tão frios quanto o céu antes da tempestade. O motorista, em silêncio, mantinha o veículo em velocidade constante pelas estradas vazias que levavam ao norte, onde o concreto da cidade dava lugar à neblina densa e ao cheiro úmido das montanhas.
O som do comunicador quebrou o silêncio.
— Senhora Vassiliev, o helicóptero está pronto. Partiremos em cinco minutos.
Nicole apenas assentiu, sem tirar os olhos da estrada. — Obrigada, Yuri.
O carro parou diante de uma pista de pouso escondida entre os penhascos. Um vento frio soprou quando a porta se abriu. Nicole ajeitou o sobretudo preto e saiu, o salto firme sobre o chão molhado. Ao longe, o helicóptero aguardava, com o símbolo dourado dos Vassiliev reluzindo sob a chuva.
— Tenha cuidado, senhora — disse Yuri, abrindo a porta tras