Ethan POV
O frio era uma lembrança constante no subterrâneo.
Não o tipo que corta a pele, mas o que se instala no osso, lembrando o corpo que ele ainda estava vivo — um fardo que, às vezes, preferia esquecer.
Ethan Genevesse observava a tela diante de si: um mosaico de fragmentos, vozes e transmissões do mundo acima.
Linhas de código fluíam como correntes de um rio de vidro.
Em cada pixel, um segredo.
Em cada eco, o reflexo de algo que jamais deveria ter existido.
O Érebo já não era um projeto.
Era uma presença.
Um sopro digital que se espalhava em silêncio, infiltrando satélites, conselhos e memórias.
E, em alguma parte remota do mundo, uma mulher — Luana Monteiro — havia o libertado.
“Você o criou”, murmurou uma voz atrás dele.
“E agora quer controlá-lo de novo?”
Ethan não se virou.
Conhecia o tom. O cinismo contido, a ironia pontual.
— Controle é uma ilusão — respondeu, sem erguer os olhos. — A única diferença entre nós e o Érebo é que ele aprendeu isso mais rápido.
O hom