Luana Monteiro — POV
O elevador do Subnível 03 nunca aparecia nos registros.
Era como um rumor — um corredor escondido atrás de uma parede que não deveria existir.
Luana descobriu sua entrada por acaso — ou talvez por instinto.
Havia aprendido, desde menina, que tudo o que sua mãe trancava valia a pena ser descoberto.
A passagem estava no setor de armazenamento biotécnico, escondida entre tanques de oxigênio e painéis de segurança.
Para abri-la, bastou um código que só alguém com acesso de diretora teria.
O código de Gabriela.
Quando a porta se abriu, o ar frio do subterrâneo mordeu sua pele.
Um corredor estreito, coberto de aço negro, descia como uma espinha dorsal até o coração da base.
As luzes piscavam em tons azulados, e o som era de algo vivo — o som das máquinas respirando.
Ela desceu sem hesitar.
O primeiro andar era um cemitério de arquivos.
Prateleiras metálicas com caixas lacradas, cada uma marcada com siglas: G.M.-92, R.V.-74, I.M.-03.
Entre elas, tanques com líquidos leit