Luana’s POV
A chuva tamborilava na janela do meu apartamento como dedos impacientes sobre uma mesa de vidro. Cada gota ecoava no silêncio da sala como se quisesse me lembrar que não havia saída — que todos os segredos que costurei um dia retornariam para me sufocar. O céu sobre a cidade A estava pesado, encharcado de trovões abafados. Eu sempre gostei de tempestades… talvez porque elas escondem lágrimas, talvez porque abafam confissões.
A luz fria dos postes de rua entrava pelas janelas, desenhando sombras no chão de madeira escura. O relógio marcava **2h47 da madrugada**. Eu não deveria estar acordada, mas como dormir quando o passado bate à porta com a mesma insistência que a chuva?
Abracei meus joelhos, sentada no canto do sofá cinza. Era curioso como o mundo podia parecer imóvel mesmo quando tudo dentro de mim se movia em alta velocidade. Eu, Luana Monteiro, herdeira de um sobrenome que nunca pedi, estava prestes a desaparecer.
Sim, desaparecer.
Mas não como vítima. Como estrateg