CAPÍTULO 33
Quando o milagre cresce no ventre, mas a liberdade continua algemada.
A porta da sala de ultrassonografia se abriu lentamente. Alinna saiu com os olhos ainda marejados, o rosto corado pelo choro contido e uma das mãos repousando com delicadeza sobre o ventre. O som do coração do bebê ainda vibrava dentro dela como um eco difícil de calar.
Jarbas levantou-se de imediato. Seus olhos buscaram os dela com preocupação e doçura.
— E então? — ele perguntou, a voz grave, mas cheia de cuidado.
Alinna apenas assentiu, sem conseguir falar. Caminhou até ele e se sentou ao lado, deixando que o corpo pesasse sobre o banco acolchoado da recepção. Abaixou a cabeça e apoiou os cotovelos nos joelhos. Jarbas a observou em silêncio por alguns instantes antes de perguntar:
— E agora? Vai contar para Caio? Acha que com essa gravidez o Eduard vai mudar de ideia?
Ela começou a chorar. Primeiro em silêncio, depois com soluços entrecortados. Jarbas aproximou o braço, envolveu os ombros dela e deixo