CAPÍTULO 119
Quando o amor é demais, mas demonstrado de forma errada. Até mesmo o amor errado foi mostrado como ódio que nunca existiu.
O papel tremia nas mãos de Alinna. As palavras de Eduard pareciam ganhar voz, como se ele estivesse ali, confessando entre soluços. Caio mantinha os olhos fixos nela, tenso, como se cada frase fosse uma faca voltada também contra ele.
A carta continuava:
“Eu fui um covarde, amor. Passei anos escrevendo essa carta para deixar ela bem completa pra você. Porque eu fiquei com medo de te ver e não te reconhecer, ou até esquecer alguma coisa. Me perdoe, amor. Por tudo. Me arrependo de ter me afastado de você por ciúmes do Caio. Eu estava tão cego de amor por você que, ao ouvir do meu irmão que nunca desistiria de você... me fez me afastar. Me perdoa por cada noite de pesadelos, de febre que você passou.”
Alinna sentiu o ar pesar dentro do peito. Seus olhos marejaram. Continuou, com a voz embargada:
“Saber que você velou nosso filho — digo nosso, porque eu t