CAPÍTULO 120
Quando o amor decide que é hora de respirar antes de mergulhar nas feridas.
O silêncio ainda pesava no escritório. A carta de Eduard repousava sobre a mesa, como um espectro que parecia se recusar a desaparecer. As lágrimas de Alinna secavam devagar no peito de Caio, e ele sabia que, se deixasse, ela voltaria a abrir aquelas páginas e se afundaria outra vez.
Ele passou a mão devagar pelo cabelo dela, os dedos firmes, mas ternos.
— Amor… vamos fazer o seguinte — disse, baixinho, a voz carregada de cuidado. — Leva a carta com você. Se quiser continuar lendo, continua. Mas leva com calma. Se preferir, guarda e deixa pra depois.
Alinna ergueu o rosto devagar, os olhos ainda úmidos, a pele quente pelo choro.
— Depois…? — murmurou, quase como quem duvida da própria força.
Caio pousou a mão em seu rosto, enxugando uma lágrima solitária com o polegar.
— Leva também os celulares. O carregador. Tudo o que você quiser ver, tudo o que ainda te pesa… leva. Mas a gente não precisa reso