Capítulo 12
Quando a arte se torna desejo, ninguém sai ileso.
A música explodiu nas caixas de som com um ritmo latino vibrante. Os holofotes cruzaram o palco como flechas de luz, e o salão inteiro ficou em silêncio. Um segundo de suspense. E então ela surgiu.
Alinna.
O vestido justo na cintura, saia rodada que acompanhava os movimentos do quadril com uma fluidez hipnótica. O busto moldado, o decote sutil, a pele dourada debaixo da luz. A rosa vermelha presa ao cabelo preso em coque baixo. Os sapatos cintilavam, mas não mais do que os olhos dela. Ela não dançava. Ela possuía o palco.
Caio se curvou para frente. O corpo inteiro tensionado. Nem piscava.
Ao lado dele, Gisela cruzou as pernas, desconfortável com a ausência de atenção. Sorriu de canto, tentando disfarçar a indiferença dele, mas Caio sequer sabia que ela estava ali.
Porque tudo nele gritava por Alinna.
"Ela veio. Caralho, ela veio."
O corpo dela se movia como se o mundo inteiro dependesse de cada giro, cada rebolado. As mão