CAPÍTULO 83 A despedida encenada
Quando a verdade é enterrada em silêncio e a mentira ganha flores
No dia seguinte pela Manhã.
O cortejo avançou lentamente pela alameda do mausoléu da família Moreau Bastien, na Sicília. Mármore branco, ciprestes alinhados, o brilho duro do sol batendo nas lentes dos fotógrafos. Alinna vestia preto dos pés à cabeça; óculos escuros, cabelo preso, a pele pálida como mármore molhado. Ao lado, Eduard, sóbrio, a mandíbula travada. Entre os dois, um caixão minúsculo — branco, liso, com um anjo entalhado na tampa. Na lápide, lia-se:
“Aqui jaz o pequeno anjo
Eduard Moreau Bastien Junior.”
Ela passou a ponta dos dedos na madeira, num carinho curtíssimo, como se temesse que o toque quebrasse alguma última parede dentro dela. Os flashes cortaram o ar. Repórteres se penduravam nas grades do cemitério aristocrático, sussurrando manchetes, frases que doíam como pedra.
Quarenta minutos depois, o mundo já estava informado:
> URGENTE — A esposa do CEO da Moreau & Bas