Ele caminha pela entrada da mansão protegido pelos seus homens de negócios. Um deles fala alguma coisa para ele, mas ele está totalmente assustador e indiferente. Acho que esse cara foi criado entre animais, não é possível. Como sempre, preparo meu sorriso falso e faço uma breve vênia, um sinal estúpido que me obrigam a fazer sempre que o idiota do meu marido… Marido não. Akon. Simplesmente, Akon. Por culpa da minha irmã gêmea que não aceitou se casar com ele, eu fui obrigada a assumir o lugar dela. Usando um nome que não é meu, casada com uma fera que não se apaixonou por mim, tento manter a minha cabeça junto ao corpo. Pois, se ele descobrir que a mulher que ele ama não sou eu... eu não sei o que acontecerá.
Leer másPOV SASHA MENDONÇA:
Minhas mãos suam. Tento controlar o meu corpo para evitar que ele trema de forma visível, mas está se tornando uma luta inútil. Os sapatos são altos demais e o meu pé está doendo imensamente. O que deu na minha cabeça para aceitar isso? Mas já era tarde demais para voltar atrás. Parada entre as empregadas, espero o meu marido. Aquele homem me dá calafrios e medo. Por que eu não posso ser tão ousada quanto a minha irmã? Ela não estaria tão nervosa quanto eu. Sou tirada dos meus pensamentos quando uma movimentação dos seguranças me lembra que o monstro voltou. Sim, MONSTRO. Aquele cretino é um MONSTRO. Ai de quem disser o contrário. E olha que há muitas que dizem que ele, o cretino, é um príncipe. Eu o odeio por fazer da minha vida um inferno. Uso todas as forças que eu não tenho e mantenho a minha pose. Ele caminha pela entrada da mansão protegido pelos seus homens de negócios. Um deles fala alguma coisa para ele, mas ele está totalmente assustador e indiferente. Acho que esse cara foi criado entre animais, não é possível. Como sempre, preparo meu sorriso falso e faço uma breve vênia, um sinal estúpido que me obrigam a fazer sempre que o idiota do meu marido… Marido não. Akon. Simplesmente, Akon. Alguns homens ficam na porta, e ele entra acompanhado por apenas três. Eu o sigo, ainda escoltada pelas empregadas. Eu estava rezando para que ele levasse o bando dele para o escritório. Se ele fosse para a sala, eu teria que ficar de pé. Mas é claro que o universo me odeia. E Deus, se estiver assistindo, está rindo da minha cara. Porque por que ele iria para o escritório se podia muito bem me torturar ficando na sala? Pois é. Adivinha só? Ele foi para a sala. Quase tropecei no meu próprio vestido, amaldiçoando mentalmente a costureira que achou que um metro a mais de pano era sinônimo de elegância. Mantenho-me firme como uma gazela orgulhosa. Uma gazela com bolhas nos pés e dignidade zero. Uma das empregadas me tira dos pensamentos, sinalizando que era a minha deixa, eu tinha que tirar o paletó dele. Meu rosto deve ter perdido até a cor, porque, mesmo fazendo isso muitas vezes, o meu medo dele não desaparece. Tiro o paletó e entrego a uma das empregadas, que o leva. Ele senta-se no sofá como se fosse rei. Mas é claro, com tanto dinheiro que ele tem... Depois disso, silêncio. Um silêncio tão profundo que dava vontade de bater palmas só para ter certeza de que eu ainda estava viva, e não nesse pesadelo. — Os relatórios chegaram? — pergunta um dos três homens que vieram com ele. Um homem alto, de óculos tortos. Ele era lindo de todos os ângulos. Se bem me lembro, é o único dentre eles que tem mais intimidade com o Akon. Akon ergue o rosto lentamente, encarando o homem como se ele tivesse acabado de perguntar qual a cor da lua em Marte. — Hm. — foi tudo o que disse. SÓ isso. H-M. Outro homem, um baixinho que parecia mais um hobbit em terno de alfaiate, tentou a sorte. Porque com esse monstro não dá nem para ter uma conversa normal. Quando ele está irritado, ele fala, mas só para acabar com a sua vida. E nem é brincadeira. E não à toa que eu tenho medo dele. Por que a cretina da minha irmã foi logo se envolver com ele? — Senhor Akon, a alfândega precisa da sua assinatura para liberar as remessas... — Vê isso depois. — respondeu ele, seco, ainda sem olhar para ninguém. Nem para mim. Principalmente para mim. Como pode um homem ser tão bonito e tão insuportável ao mesmo tempo? Se beleza matasse, eu já estaria enterrada. Mas como o tédio mata mais depressa... bem, estou a caminho. Permaneço parada como uma estátua decorativa de luxo, com as empregadas enfileiradas atrás de mim como se estivéssemos prestes a apresentar uma peça de teatro do século XIX. Só que a única atuação real era o meu sorriso falso. E talvez… o meu casamento inteiro. — Senhora Mendonça, deseja sentar-se? — uma das empregadas pergunta baixinho, com pena. Queria gritar: “CLARO QUE QUERO, MINHA FILHA, ESTOU QUASE DESMAIANDO!”, mas sorri e balancei a cabeça suavemente. Que tipo de mulher elegante seria eu se não fingisse estar perfeitamente confortável com a coluna em ruínas e um sapato atravessando o osso do meu pé? — Me expliquem por que a minha carga sumiu do porto do México? — ele disse, olhando assustadoramente nos olhos de cada um deles. Os outros dois estavam quase se mijando. Mas o outro já estava habituado com o comportamento do Akon e simplesmente manteve uma pose de arrasar, parecendo calmo. — Estamos com alguns problemas em manter uns indivíduos na linha. Parece que há um novo chefe que controla o México... e ele não gosta da gente. — O lindo de óculos responde. — Eu não quero saber se ele gosta de mim ou não. Eu quero o meu carregamento intacto. Se ele não quiser por bem... acabem com ele. Todos permanecem em silêncio depois das palavras de Akon. O gostoso de óculos vira o olhar para mim, parecendo preocupado se as palavras me afetaram ou não. Ele sempre faz isso quando o Akon exagera nas palavras. — Para de olhar pra minha esposa, caralho. — disse Akon. Antes de se levantar e caminhar em direção ao escritório.POV SASHA MENDONÇA: Ignorando toda a minha sanidade, deslizo os meus braços para o peito largo dele e o abraço, tentando buscar alguma forma de prazer. Eu estou louca, eu sei. Mas, se ele vai me matar, ao menos terei aproveitado do corpo lindo dele. Ele envolve a minha cintura enquanto uma das mãos segura a minha bunda esquerda. A água fria escorre pelas minhas costas, mas o calor que vem do corpo dele me deixa tonta. Sinto o movimento lento da correnteza batendo contra nós, como se o riacho tentasse levar embora qualquer resquício de racionalidade que eu ainda pudesse ter. Ele me puxa para mais perto, afundando os dedos na minha pele molhada, e o aperto na minha cintura se torna possessivo. Apesar daquela coisa que ele tem por entre as pernas ser grande, eu desejava dentro de mim. Eu queria ser preenchida. Sinceramente, eu não sei o que há comigo. — Não faz isso — ele diz, com a respiração pesada e profunda. — Ou eu vou acabar te fodendo aqui! — Talvez eu queira isso! Talvez eu
POV SASHA MENDONÇA: Viro o meu rosto horrorizada pela visão à minha frente. A visão que fui obrigada a assistir por minutos que pareceram horas. As coisas estavam correndo lindamente no campo de tiro, mas então o Akon decidiu me trazer para aqui e me fazer suportar a cena de tortura. Eu até tinha esquecido o meu medo dele, mas agora ele veio em triplo. Quero tanto cobrir o meu nariz para não sentir esse cheiro, mas tenho medo da reação do Akon. Estou me esforçando para não deixar que os tremores de medo se tornem tão visíveis. Sinto a mão dele envolvendo suavemente a minha, sua outra mão segura o meu queixo, me fazendo olhar para ele. As sobrancelhas dele estão arqueadas e temo que eu tenha feito algo errado. Mas de repente ele sorri, me deixando totalmente confusa. Ele solta o meu queixo e me puxa em direção ao homem de idade que está amarrado na cadeira, com algumas partes do seu corpo simplesmente arrancadas. — Você disse que eu iria morrer sozinho. Que ninguém iria me amar
POV SASHA MENDONÇA: Finalmente consigo respirar e me deito na cama. Agora tenho absoluta certeza que ele vai desconfiar de mim quando a gente consumar o casamento. E que merda essa que eu tenho que lhe dar um herdeiro? Minha cabeça vai doer de tantas coisas que eu tenho que pensar. Sorte a minha que, na época em que ele conheceu a minha irmã, nós éramos unidas e ela me contava quase tudo o que se passava na vida dela. Quando criança, eu sempre fui mais apegada à minha avó do que à minha mãe, razão pela qual cresci com ela. Quando finalmente decidi vir viver com os meus pais e a minha irmã, fui surpreendida com problemas que hoje refletem na minha vida. Depois que o Akon encontrou a minha irmã, ele pediu… não, ele ordenou aos meus pais a mão dela. E todo mundo sabe da influência e dos negócios sujos aos quais a família do Akon é ligada desde muito tempo. Com a tomada de poder por Akon, essa influência transcendeu e o cara está praticamente tomando os países e estabelecendo as empres
POV AKON: Observo atentamente o figlio di puttana pelas câmeras, enquanto ele mata mais uma pessoa. O desgraçado pensa que, por ser um psicopata de segunda categoria, pode achar que manda... mas quel bastardo non comanda nemmeno nella sua fottuta ombra. E ainda acha que pode tentar prender a minha mercadoria. — Eu quero ele preso. Mande as provas para a polícia. — digo, fazendo um gesto de arma com as mãos, mirando na cabeça dele. — Você nunca foi tão misericordioso. — diz Alejandro, com os seus óculos que me deixam furioso. Ele é um dos meus homens em quem mais confio, mas quem vê a cara não vê o coração podre que ele tem. — Apenas faça o que eu disse. — O que fazemos com os americanos? — Ele me olha com sangue nos olhos, e sei bem qual é a sua ideia. — O que você quiser. — respondo, olhando nos olhos dele. Ele sorri antes de se levantar da cadeira e sair da minha sala. Passo a mão pelo rosto, lembrando do grande problema que arranjei. Eu não sei o que passou na m
POV SASHA MENDONÇA: — Finalmente — digo, me jogando no sofá. Tiro os sapatos e me arrasto até as escadas. — Vocês podem continuar com os seus afazeres — digo para as empregadas, sem olhar para trás. Subo degrau por degrau como se cada um fosse uma maratona. Ao chegar no corredor, viro à esquerda e empurro a porta do meu quarto com o ombro. Entro e fecho a porta com o pé. Jogo os sapatos em um canto qualquer do quarto. Caminho direto até o closet, abro as portas e tiro o vestido, deixando-o cair no chão. Tiro o sutiã logo em seguida, sem me preocupar onde vai parar. Vou até o banheiro anexo. Acendo a luz. O mármore frio sob meus pés me faz estremecer um pouco. Abro a torneira da banheira e giro os botões até acertar a temperatura morna. Pego um frasco de sais de banho e despejo um pouco na água corrente. Um aroma leve de lavanda começa a subir com o vapor. Enquanto a banheira enche, prendo o cabelo em um coque frouxo. Passo a mão no espelho, que já começava a embaçar, e o limpo
POV SASHA MENDONÇA: Minhas mãos suam. Tento controlar o meu corpo para evitar que ele trema de forma visível, mas está se tornando uma luta inútil. Os sapatos são altos demais e o meu pé está doendo imensamente. O que deu na minha cabeça para aceitar isso? Mas já era tarde demais para voltar atrás. Parada entre as empregadas, espero o meu marido. Aquele homem me dá calafrios e medo. Por que eu não posso ser tão ousada quanto a minha irmã? Ela não estaria tão nervosa quanto eu. Sou tirada dos meus pensamentos quando uma movimentação dos seguranças me lembra que o monstro voltou. Sim, MONSTRO. Aquele cretino é um MONSTRO. Ai de quem disser o contrário. E olha que há muitas que dizem que ele, o cretino, é um príncipe. Eu o odeio por fazer da minha vida um inferno. Uso todas as forças que eu não tenho e mantenho a minha pose. Ele caminha pela entrada da mansão protegido pelos seus homens de negócios. Um deles fala alguma coisa para ele, mas ele está totalmente assustador e ind
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