EULÁLIA
— Você... não é o Ciro — consegui dizer.
Ele sorriu e deixou meu queixo.
— Droga, ela parece que está se recuperando.
Aquelas palavras não eram para mim. Então busquei mais alguém, e quando apareceu, fiquei espantada.
“Esse é o Ciro?” Ele vinha devagar, com um olhar lupino indescritível.
— Isso é uma... alucinação? — perguntei baixinho.
O lobo à minha frente teve as feições mudadas. Agora eu conseguia ver: era um humano. Olhei novamente para trás e encontrei o Ciro de verdade.
— Ela está se recuperando? — o humano perguntou, nervoso.
Ciro me olhou de cima a baixo, me recordando que eu não estava de calça e blusa, como pensei na minha ilusão. Estava com um vestido sensual e curto.
Apertei meu corpo automaticamente.
— Ela apenas percebeu o que é real — murmurou Ciro.
— Quem garante? — o homem apertou os dentes. Outro rosnado veio de cima.
— Deixe-a correr e veja se ela consegue.
O humano saiu da minha frente. Eu dei tudo de mim, juntei forças e procurei nos meus músculos alguma