Alena Petrova
Eu não fazia ideia do que estava acontecendo. Uma hora eu estava ali, na frente do altar, olhando para o Mikhail… e na outra, estava sendo arrastada, com um saco preto enfiado na minha cabeça. Tudo aconteceu tão rápido que parecia cena de filme ruim, só que eu não tinha como desligar a TV.
Meus pulsos doíam por causa da corda apertada e meus pés também estavam amarrados. Eu até pensei em gritar, espernear, qualquer coisa, mas nada saía da minha garganta. Era como se o medo tivesse grudado na minha voz. Eu só ouvia as vozes deles, grossas, pesadas, cheias de escárnio, e cada palavra me fazia querer desaparecer.
A van chacoalhava na estrada, e cada curva me fazia bater contra a lateral. O saco cheirava a poeira, plástico velho e suor, eu tinha quase certeza que eles já tinham usado esse mesmo saco em outra pessoa. Talvez mais de uma. O cheiro era nojento. Quase não dava para respirar. Meu coração parecia um tambor dentro do meu peito, tão alto que eu tinha certeza que eles