Alena Petrova
Às vezes, eu acho que meu cérebro funcionava como uma televisão mal sintonizada. Eu tentava focar num canal importante, mas aí de repente aparecia um comercial de sabão em pó e pronto, eu já me perdia. Era mais ou menos assim que eu estava agora: deitada numa cama macia demais, olhando para o teto e tentando encontrar uma forma de descobrir alguma coisa útil sobre Mikhail.
Algo que pudesse servir para aquele homem misterioso, aquele que apareceu feito sombra e pediu a cabeça dele como se fosse pedir uma pizza. Simples assim.
Só que… como diabos eu faria isso? O Mikhail não era exatamente do tipo “aberto” sobre sua vida. Se eu sabia muito sobre ele, era o que ele tomava no café da manhã.
Enfim, eu estava presa. Pensando, pensando, e só conseguindo imaginar besteiras. Até que vi Olga.
Ela estava ali na sala, limpando um móvel com sua expressão séria de sempre. Olga era o tipo de mulher que poderia governar um país inteiro com uma flanela na mão. E foi olhando para ela, mov