Alena Petrova
Eu estava congelada, ainda com a ponta dos dedos esticados para pegar aquela maldita pasta, quando ouvi a voz dele.
— O que está fazendo, amor?
Meu coração deu um pulo. Senti a mão dele firme na minha cintura e a respiração quente atrás de mim. Eu sabia que deveria inventar alguma desculpa convincente, algo inteligente, mas o que saiu foi:
— Eu… eu tava… limpando!
Com a flanela ainda na minha mão como prova viva da minha mentira mal ensaiada, me virei devagar, sem soltar o pano, e sorri daquele jeito meio desajeitado que sempre fazia quando estava em pânico.
— Viu? — levantei a flanela na frente dele, quase como se fosse um troféu. — Achei que podia ajudar a Olga. Só… só que achei que o escritório também precisava de um brilho extra, sabe? Poeira é uma coisa traiçoeira para pessoas alérgicas, pode atacar quando a gente menos espera.
Ele arqueou uma sobrancelha. Claro, meu jeito esbaforido não ajudava em nada.
— Limpando? — perguntou, a voz baixa e carregada de algo que n