Alena Petrova
Acordei com a cabeça latejando de pensamentos — estava nervosa com o que me aguardava hoje — e um Mikhail largado do meu lado, dormindo pesado, braço jogado na minha cintura como se fosse um cinto de segurança. Eu rolei devagar, escapei do abraço dele e fiquei um minuto olhando aquele rosto de homem perigoso que cheirava a casa, família, problema. O anel no meu dedo brilhou na luz fraca e, por um segundo, eu quis fingir que nada no mundo estava pegando fogo. Só por um segundo.
— Levanta, Lena! — Ilya bateu na porta, já entrando como um furacão de saia. — Consulta marcada.
— Sai daqui, Ilya. — Mikhail murmurou sonolento.
— Você dormindo ainda a essa hora? Vejo que a presença da freirinha está fazendo milagres nessa casa. — Ilya disse.
— Vai ver se eu tô na esquina, Ilya. Se manda, porra!
Ela apenas riu e saiu, me deixando me arrumar.
(...)
No consultório, tentei agir madura. Spoiler: falhei um pouco. A ginecologista era toda calma, sorriso treinado de quem já viu gente m