Mikhail Vasiliev
A madrugada mal havia terminado quando o som abafado de pneus ecoou pela entrada da propriedade. Eu estava acordado havia horas. Na verdade, não dormi, incapaz de pregar os olhos desde que planejei tudo isso. O céu ainda guardava resquícios da noite, e a mansão parecia prender a respiração comigo. Ao menos era essa a sensação que eu tinha.
Levantei da poltrona perto da janela do escritório e ajeitei a gola da jaqueta preta que usava. Minhas mãos estavam frias, um contraste estranho com o fogo que me queimava por dentro. Ansiedade, nervosismo, medo. Sentimentos que eu como dono de um império mafioso não podia me dar o luxo de ter, mas tinha. Era inevitável.
Por tantos anos, imaginei esse dia. Agora ele tinha chegado, e eu não sabia como reagir.
A porta do escritório estava aberta, então ouvi a porta da sala se abrir com o ranger da madeira, seguido pelo som de… rodas? Passos leves entraram, lentos, logo depois, eram os sapatos da enfermeira. Saí do escritório, passand