Mikhail Vasiliev
O motor do carro ainda vibrava quando encostei na garagem subterrânea do prédio onde costumava me encontrar com um dos meus contatos mais antigos.
Matei o motor, respirei fundo e fiquei alguns segundos olhando o reflexo no retrovisor. Havia algo nos meus olhos… uma sombra que não estava ali antes.
Não era só o que aconteceu no asilo. Ou eu ter sequestrado Alena e todo o resto.
Era o que vinha acontecendo há meses.
O som de passos ecoou pelo concreto.
Alguém se aproximava.
— Você demorou. — disse a voz grave, antes mesmo de eu sair do carro.
Levantei o olhar e vi Denis, o tipo de homem que nunca aparecia sem um motivo forte. O sobretudo escuro, o rosto marcado por cicatrizes antigas, e aquele jeito de falar como se cada palavra pudesse ser a última.
— Estava ocupado. — respondi, saindo e fechando a porta. — Espero que valha o risco.
Denis não sorriu. Isso nunca era bom sinal.
— Está piorando. — ele disse, andando até um dos cantos menos iluminados da garagem. — Achei q