Capítulo 40

Mikhail Vasiliev

Levei Alena de volta para o carro sem dizer uma palavra. Ela vinha atrás de mim, apressada, mas sem protestar. Ainda. Meu maxilar estava travado, a mandíbula tensa. Eu sabia que isso ia acontecer. A curiosidade dela era uma arma. Uma maldita arma apontada direto para as partes da minha vida que eu passei anos enterrando.

No silêncio tenso do carro, dirigi por vários minutos. O caminho de volta parecia mais longo do que o normal. Quando estacionei em frente à mansão, Alena ainda não havia dito nada. Isso, vindo dela, era preocupante. Ela sempre falava. Sempre questionava. Aquela quietude era barulhenta demais.

Desliguei o motor e olhei para a frente.

— Vai continuar me encarando desse jeito? — perguntei, sem tirar os olhos do volante.

Ela cruzou os braços, recostada no banco.

— Não estou encarando.

— Você acha que não, mas está. Você faz esse olhar de gavião quando quer saber algo e está se segurando pra não perguntar.

Silêncio. Me virei lentamente, e a vi com a testa
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