Mikhail Vasiliev
Tinha algo nessa garota que me era instigante. Talvez fosse a inocência, o que me fazia pensar em como poderia corrompê-la. Desde o momento em que a salvei, eu me questionava se estava agindo corretamente e se deveria continuar seguindo o plano. Eu nunca hesitava, sempre cumpria com minha palavra e os prazos estabelecidos, mas, dessa vez, estava sendo diferente. — Como você se chama? — mesmo hesitante em entrar em certos assuntos, perguntei. — Alena. Alena Petrova. — Entre uma garfada e outra, ela respondeu, mas por vezes, seus olhos reviravam como se fossem se fechar, me dando a certeza de que ela já havia ingerido o boa noite, Cinderela. Não tinha mais volta. — E você? — Está tudo bem? — não querendo falar meu nome, mudei de assunto. — Sim, só estou um pouco tonta. — fez uma pausa, olhando ao redor. — Talvez a comida esteja estragada. — Tem certeza? — Coloquei minha mão sobre a dela na mesa, perguntando com preocupação. O plano era pegá-la, levá-la para algum lugar no qual eu pudesse dopá-la, me fingindo de bom samaritano e mostrar o material para o comprador. Eu não poderia, nem deveria me preocupar. Mas o fato de ela ser tão ingênua estava mexendo comigo. — Acho melhor eu te levar para o quarto, senhorita Alena. — Iremos dormir juntos? — mesmo sob efeito de drogas, ela ainda se preocupava com isso. — Não se preocupe, reservei dois quartos. É melhor irmos, você não está bem. Chamei o garçom, paguei a conta e a levei apoiada em meu braço para o quarto. — Desculpa estragar sua noite, senhor… Seja lá quem for você. — sua voz estava ficando cada vez mais embolada e mole. Entramos no elevador e eu precisei segurá-la ainda mais forte, porque o risco de ela cair ficou ainda maior. Ao ouvir o som da caixa metálica, informando que havíamos chegado, a peguei no colo sem a menor dificuldade, de tão magra que era e caminhei mais um pouco, parando em frente a porta do quarto que havia reservado para ela. Entrei e fechei a porta com o auxílio dos meus pés. A essa altura, ela já dormia e até ressonava. Quando a coloquei na cama, ela murmurou algo que não entendi e eu parei por um instante, não tendo certeza se queria prosseguir. Seu rosto angelical me fazia questionar minhas atitudes. Era um porre isso. Mas eu precisava fazer. Comecei a despi-la e, quando a vi completamente nua, foi impossível não sentir desejo por ela. A garota era linda. Os cabelos loiros e longos caíam em cascata sobre a pele clara, os lábios cheios, os seios médios e de bicos rosados, assim como a boceta. Peguei o celular e tirei várias fotos, o suficiente para convencer o comprador de que a garota era carne de primeira. Após receber uma resposta dele, a vesti novamente, sentindo meu pau pulsar e minhas bolas pesarem, sinais do meu corpo reclamando que eu deveria fodê-la, afinal, estava vulnerável. Meu celular tocou, ela se mexeu, porém, não acordou e eu, temendo acordá-la, tratei logo de atendê-lo sem nem olhar quem me ligava. — Onde está? — Estamos num hotel. Estaremos aí amanhã o mais cedo possível. — Você disse hoje. — seu tom não era manso. — Está chovendo muito forte. Não vou arriscar dirigir assim. Estaremos aí amanhã. Não esperei que ele dissesse mais nada, apenas encerrei a ligação e fui para o meu quarto. A imagem da garota tão inocente estava começando a me afetar. Eu não queria sentir remorso, mas estava começando a sentir. Não deveria ser assim. (...) No dia seguinte, logo cedo, bati na porta do seu quarto para chamá-la a fim de irmos embora. — Bom dia. Está pronta? Temos um longo caminho pela frente. — falei assim que ela abriu a porta. — Estou, sim, senhor. Bom dia. Deixa só eu pegar minhas coisas. — ela me recebeu sorridente, porém, sua cara ainda era de sono. Certamente devido a droga colocada em sua bebida na noite de ontem. A garota virou de costas e, ao vê-la andar alguns passos, só serviu para fazer minha mente sórdida recordar como a vi nua e vulnerável ontem a noite. Imaginei coisas que não deveria e senti a mesma vontade de fodê-la. — Podemos ir. — falou ao se aproximar de mim, segurando seus pertences. Sem respondê-la, caminhamos para fora, pegamos o elevador e não demoramos a chegar ao estacionamento. Entramos no carro e eu dirigi. Estava um silêncio ensurdecedor e, disfarçadamente, por vezes, eu a olhava encarando a paisagem através da janela do carro. — Moço, pode me deixar aqui mesmo. Eu vou pegar o ônibus que vai passar daqui a pouco, não vai demorar. De manhã é mais rápido. — após algum tempo, ela falou, no entanto, não respondi. Permaneci dirigindo, a ignorando. — Moço? — ela chamou de novo e eu não dei importância. — Você tá me ouvindo? Pode me deixar aqui! — como se eu não a estivesse escutando, ela elevou a voz. Percebendo que eu não dizia nada e continuava seguindo caminho pela estrada, notei que quase silenciosamente, ela parecia rezar. Olhando de soslaio, ela fechou os olhos. Depois, tentou abrir a porta, sem sucesso, e reprimiu os lábios como se segurasse um choro. Parei somente quando chegamos ao nosso destino. Ela continuou lá parada e eu desci do carro, indo até o lado do passageiro e a tirei dali a força, com a garota se debatendo. — Para onde está me levando, moço? — ela se debatia. — Por favor, me deixa ir! A ignorando, até porque não era sacrifício algum carregá-la, eu a arrastava. — Aqui está. — a soltei quando entramos no lugar e ela caiu no chão, chorando. — Ótima caça! — o leiloeiro me disse contente quando a viu e me deu o pagamento. Guardei o dinheiro e dei uma última olhada nela antes de sair. Mas ao virar de costas para ir embora, não olhei para trás. Se o fizesse, poderia me arrepender e acabar a trazendo comigo e ferraria com tudo. Eu deveria estar feliz por ter feito o que precisava, no entanto, não estava. E era a primeira vez que isso acontecia. Eu esperava que fosse a última.