Marina
Acordo sozinha. A cama ainda guarda o cheiro de Santino — no travesseiro, na minha pele, em tudo. Prendo a respiração por um segundo, tentando escutar algum ruído. Nada. Nenhum som vindo do banheiro ou do corredor. Só o silêncio. Olho o rádio-relógio: 8h.
A noite passada ainda pulsa dentro de mim como um sonho que se recusa a acabar. Levo a mão ao pescoço, sentindo os vestígios dos beijos dele, os arrepios ainda frescos na memória. Foi... indescritível.
Mas agora, com o quarto vazio, a ausência dele me inquieta. Me visto devagar, tentando juntar os pedaços do que vivemos ontem à noite com a realidade desta manhã. Não vou me calar. Chega de aceitar o mistério que cerca Santino sem questionar. Já fomos longe demais para isso.
A porta se abre.
Meu coração dispara. Santino entra no quarto. Vestido. Camisa e calça pretas que gritam perigo e desejo ao mesmo tempo. Um mafioso saído dos meus devaneios mais secretos. O cabelo está bagunçado, as ondas negras caindo sobre a testa. Há uma