Marina
Ao chegar no quarto, encosto-me na porta, com um sorriso bobo no rosto.
Não consigo pensar em mais nada. Impossível não me encher dessa esperança de que... talvez... algo esteja, de fato, mudando entre nós. E só essa possibilidade faz arrepios passearem livres pela minha pele.
Tomo um banho rápido, visto minha camisola de seda branca e me deito, olhando para o relógio. 22 horas. Nem é tão tarde assim. Amanhã os médicos decidem se Lúcio terá alta. Se não tiver, precisarei separar algumas roupas e revezar com a Lola.
Mas dormir... dormir é quase impossível. Fico abraçada ao travesseiro, revivendo cada segundo que estive ao lado de Santino hoje.
Quem diria que eu, logo eu, estaria assim... pensando nele desse jeito? Eu, que jurei não me envolver com ninguém...
Meus olhos começam a pesar. O sono, enfim, vence.
Até que...
— MEU DEUS! NÃO!
Acordo num salto, o coração disparando, tomada por um susto violento. Acendo o abajur, assustada.
— Santino... — sussurro, olhando para o relógio.