Santino sorri e me beija na testa. Aquele beijo.
Na hora, minha garganta aperta, seca. E então vem — como um raio atravessando o nevoeiro — a cena dele fazendo exatamente esse gesto. Não aqui. Lá fora. À beira da piscina. O sol refletindo na água, o calor grudando na pele, ele só de bermuda, o corpo molhado e bronzeado, a respiração ofegante. Me puxa da água pela cintura, firme, e eu tremo, mais pelo toque do que pela água gelada. Subo pela escada estreita, sentindo o metal frio sob meus pés, e quando me viro para ele — Santino sorri. Exatamente como agora.
O beijo na testa vem em seguida. Cálido, íntimo. Tão carinhoso que faz meu coração se contrair de novo, do mesmo jeito.
A lembrança pulsa como um filme em alta definição. As cores, os sons, até o cheiro do protetor solar misturado ao da grama recém-cortada. Eu sorrio, sem perceber, tomada por essa memória que não me pediu permissão para existir.
Sinto minha pele se aquecer, como se o sol daquele dia estivesse agora, aqui, dentro do