Santino

A fúria me domina.

Sobe, quente, ácida, corrosiva, tomando conta de cada centímetro do meu corpo no exato momento em que vejo... aquela cena.

Marina... nos braços dele.

O sangue pulsa, violento, nas têmporas. Meus punhos se cerram tão forte que sinto os nós dos dedos doerem. Cada músculo do meu corpo enrijece como se eu estivesse prestes a entrar numa briga. E, talvez, fosse exatamente isso que meu cérebro estivesse processando.

Caminho até o bar. As pernas pesadas, o peito apertado, o maxilar travado. Puxo a garrafa de uísque com uma força desnecessária, quase derrubando tudo. Encho o copo até a borda, as mãos tremendas, e sem pensar duas vezes... viro.

Num gole só.

O líquido desce queimando, rasgando, levando junto a falsa compostura que eu tento desesperadamente manter.

Mas... não funciona.

Nada funciona quando se trata dela.

Maldição.

Meu coração... meu coração vive despedaçado por causa dela. Por ela. Sempre por ela. E esse sentimento doentio, sufocante, que se aloja no m