Se eu fosse uma pessoa vingativa, aproveitaria a oportunidade para fazer a Yanka sofrer tudo o que eu sofri. Eu poderia mentir, manipular, plantar dúvidas, sabotar a relação dela com o Rodrigo, e talvez até sentir algum prazer sombrio em ver ela passar pelos mesmos infernos que eu passei. Mas, eu não era esse tipo de pessoa, nunca fui.
A dor que senti não me transformou em um monstro, apesar de ter tido todas as chances de me tornar um.
Por muito tempo, esse assunto me corroeu por dentro. Foram dias e noites de insônia, perguntas sem respostas, raiva engasgada, gritos silenciosos sufocados no travesseiro. Eu passei meses tentando entender o que tinha acontecido, em que momento tudo desmoronou, e por que eu não consegui enxergar os sinais.
Eu me culpei, me questionei, me fechei. Mas naquele momento, ao encarar os olhos cheios de dúvida da Yanka, tudo o que eu queria era viver a minha vida da melhor maneira possível, e isso não incluía o Rodrigo.
Não havia mais espaço para ele nos meus