RODRIGO
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Eu não podia afirmar que tudo permanecia igual, porque, na verdade, nada mais era como antes. Eu havia mudado e ela também.
O tempo longe, as palavras não ditas, os silêncios carregados de desejo e saudades contidas, tudo isso nos transformou.
Mas havia algo entre nós que continuava indomável, quase sagrado, o sexo entre mim e a Yanka era simplesmente surreal, como se nossos corpos se reconhecessem numa frequência que ultrapassava o plano físico. Era mais do que desejo, era necessidade. E quando nos reencontramos, depois de tanto tempo separados, a saudade que nos consumia por dentro explodiu em toques urgentes, beijos famintos e gemidos intensos, foi como incendiar uma memória viva, nada era calmo, nada era brando, era verdadeiro, como se cada segundo longe tivesse acumulado um vulcão de sentimentos prestes a transbordar, e naquela noite, finalmente, transbordamos, não só no jardim, mas no banheiro, e na conversa difícil que tivemos.
A Yanka parecia cautelosa, era comp