A Esposa do meu Chefe

A Esposa do meu Chefe PT

Romance
Última atualização: 2025-07-16
G. Rodrigues  Em andamento
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Resumo
Índice

Alice sabia que trabalhar para Victor Lancaster, um CEO implacável e controlador, exigia disciplina. Mas ninguém a preparou para Valentina Lancaster. Esposa ambiciosa, dona de uma beleza e personalidade enigmática. Uma presença forte por onde passa, até mesmo impossível de ignorar. No começo, Alice achava que tudo não passava de charme inocente de uma mulher extrovertida. Mas, Valentina não fazia nada por acaso. Os toques sutis, os sorrisos carregados de segredos, entre olhares demorados… tudo nela era intenso, como uma fragrância marcante. Seria apenas assuntos de trabalho, provocação ou um convite silencioso para algo a mais? Alice tenta ignorar, mas Valentina sabia exatamente como dobrar vontades. E quanto mais ela se rende, mais percebe que está presa em algo maior — seria isso um possível triângulo de poder, desejo e manipulação, onde ninguém escaparia ileso? Victor estaria envolvido ou era mais uma vítima, o que ele fará? E, no final, quem realmente está no controle desse jogo?

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Capítulo 1

A Primeira Vista

O coração disparou, antes mesmo que ela abrisse os olhos. O despertador tocou pela terceira vez, até que Alice finalmente se levantou, em um salto, como se tivesse levado um choque. Tinha passado a madrugada acordada em meio a resolução de problemas de projetos do seu chefe.

A garota correu para o banheiro, e o espelho lhe devolveu o reflexo: os fios de cabelo loiro-mel um caos, os olhos âmbar arregalados em suto, vencido pelo cansaço, escovou os dentes com pressa e jogou água gelada no rosto. Não havia tempo para grandes ajustes, então fez um coque improvisado, colocou sua bolsa no ombro e desceu as escadas às pressas, desviando do seu irmão mais novo, Tomás, que bloqueava a passagem com uma mochila gigante.

— Droga, vou chegar atrasada de novo! — Resmungou, conferindo a hora.

Morar com os pais e dois irmãos, um de doze e outro de vinte anos, significava uma rotina caótica. Entre discussões sobre quem usaria o banheiro primeiro e a briga por café da manhã, sair no horário era quase um milagre. 

— De novo? Assim vai acabar desempregada, — zombou Benício, o irmão mais velho. — Já aviso, nem adianta pedir carona.

— Cala a boca, Benício! — Alice pegou uma maçã da mesa e saiu quase tropeçando na porta.

A jovem, trabalhava na Lancaster Enterprise, um lugar que moldara sua vida nos últimos anos. Começou como estagiária no setor de publicidade, insegura e cheia de dúvidas. Mas a determinação a levou longe. Foi efetivada e, um ano depois, promovida a assistente pessoal do CEO.

Victor Lancaster.

A simples lembrança dele já fazia seu estômago se contrair. Não só pelo cargo, mas pela figura que ele representava. Falando no chefe, um moreno claro, de quarenta e dois anos, porte atlético e olhar firme. O tipo de homem cauteloso, que dominava os negócios com maestria. Parecia dominar tudo ao seu redor.  Exigente, às vezes até demais.

Ela chegou na empresa ofegante, o som dos saltos ecoando apressado no piso de mármore do lobby. Ajeitou a blusa, prendeu a respiração e entrou no elevador. No último andar, o ambiente mudava de clima. Era silencioso, sofisticado, com tons neutros e suaves, e um perfume cítrico quase imperceptível pairava no ar.

Alice seguiu até sua mesa, ligou o computador e começou a organizar os documentos do dia. Digitava concentrada quando um cheiro diferente invadiu o ambiente. Alguém adentrava pelo corredor com um perfume diferente do habitual, a fragrância era adocicada, com um toque suave e exótico. Ela ergueu os olhos. E parou. A figura era ilustre. Fascinante. Uma mulher parada bem à sua frente. 

Alta, esguia, pele clara, olhos verdes que pareciam analisar cada detalhe como se estivesse vendo algo raro — ou perigoso. Os cabelos negros, como ébano, perfeitamente alinhados, até os ombros.  Ela usava um conjunto de alfaiataria azul e um salto silencioso, elegante.

Valentina Lancaster.

Alice sentiu o ar escapar. Elas ainda não haviam sido apresentadas. Seus lábios carnudos esboçaram um sorriso sutil, perigoso demais para ser apenas educado. Engoliu em seco. Nunca tinha se sentido tão, observada. A mulher ficou analisando-a sem pressa, como quem avaliasse um produto de valor estimado. 

— Então é você. — Valentina sorriu, lenta, deliberadamente. — Gostei.

Sua voz era suave, mas havia algo ali. Algo que não combinava com a doçura do tom.

— Perdão, o quê? — Alice piscou, confusa. 

Valentina deu um passo à frente, diminuindo a distância entre elas.

— Você é a assistente do meu marido, não é? 

A voz dela era expressiva e sedosa, carregava um tom que a assistente não conseguia compreender. Ela sentiu o coração pulsar mais rápido, incerta sobre a intencionalidade daquele olhar afiado.

— Prazer, Valentina — disse ela, inclinando levemente a cabeça. — Qual é o seu nome?

— Alice… Alice Consuelo Martini. É um prazer, senhora.

Valentina soltou uma risada leve.

— “Senhora?!” Ah, não! Por favor, me faz sentir velha. Não precisa disso, Alice. — Ela repetiu cada sílaba como se estivesse saboreando aquilo. — Um nome delicado, combina com você. 

Ela se aproximou e, com delicadeza, tocou o canto do olho da garota, esfregando levemente o canto de seu olho.

— Seu rímel estava borrado.

Alice congelou.

— Obrigada. É que saí com pressa hoje, acabei cometendo esse deslize, não percebi, — tentou sorrir, desconcertada.

Valentina sorriu de volta, lenta e calculadamente. Ela ajeitou a bolsa no ombro e olhou ao redor como se estivesse inspecionando o território novamente.

— Preciso ver meu marido agora — disse, com um brilho afiado nos olhos. — Ele fez questão que eu passasse aqui. Urgentemente.

A ênfase na última palavra fez Alice engolir em seco, apertando as mãos no colo. Ela desviou o olhar, desconfortável. Valentina parecia estar se divertindo com a sua reação. Valentina virou-se para a porta do escritório de Victor, seus saltos ecoando suavemente pelo chão de mármore polido. Antes de entrar, olhou por cima do ombro:  

— Foi um prazer conhecê-la, Alice! — Sua voz ecoou moderadamente, quase um sussurro íntimo. — Tenho a sensação de que nos daremos super bem.

Desaparecendo, ao fechar a porta de vidro fosco do escritório. Alice permaneceu estática. O impacto do encontro ainda pairava sobre ela como uma névoa. Precisava respirar. Seu estômago revirava. Então, desceu discretamente para tomar ar. Ainda sentia o perfume de Valentina impregnado no ar ou talvez fosse só impressão. Aproveitando, ela se dirigiu à copa da empresa e serviu um copo d’água com mãos trêmulas. Mas, antes mesmo de conseguir beber a água, ouviu passos apressados e saltos ecoando se aproximarem.

— Menina, pelo amor de Deus, o que a esposa do CEO veio fazer aqui?! — Os olhos castanhos arregalados, com a voz em um sussurro histérico.

Era Dora, a secretária mais antenada da empresa. Ela se aproximou, segurando o braço de Alice, como se estivesse prestes a ouvir um grande escândalo.

— Você está falando da… Sra. Lancaster? — Alice piscou, ainda estava meio aérea.

A amiga suspirou, impaciente.

— Quer arrumar confusão? Não chame ela de senhora, não esqueça! — Dora alertou. — Aquela ali é uma sedutora nata. E raramente pisa aqui por acaso, saiba disso.

Alice negou com a cabeça, ainda perdida na conversa.

— Como assim? — Perguntou, franzindo a testa.

— Quando ela aparece, alguém sempre se queima. — Dora abaixou a voz, como se estivesse prestes a revelar um segredo sombrio. 

Antes que ela pudesse continuar, outra voz entrou na conversa.

— Aquela lá não é flor que se cheire! Aí daqueles que se envolvem com ela. 

As duas vivaram-se. Era Dona Santa, a zeladora da empresa. Experiente, discreta... mas cheia de histórias. Ela se aproximou com os olhos estreitos de desconfiança.

— O que a senhora quer dizer com isso?

— O assistente anterior... sumiu depois de uns boatos de que tava envolvido com ela.

Alice sentiu um arrepio, desconfortável.

— Envolvido, como? Que boatos são esses? — Alice perguntou, a voz mais fina do que gostaria.

Dora e Dona Santa trocaram olhares significativos. A amiga olhou ao redor, antes de se aproximar mais.

— Um fato escandaloso! — Dora cochichou, arregalando os olhos. — Dizem que Raul, o ex-assistente, teve um caso com Valentina. — Ela acrescentou, — Depois disso, puff! Sumiu. E era de confiança, viu? Era braço direito do Victor. E do sogro também.

Dona Santa fez um som de desdém.

— E ainda sendo pobre. O Sr.Ramon nunca iria aceitar aquele tipo de relacionamento. Depois que ele saiu, o chefe ficou mais esperto. Contrata só mulheres... ou homem que não gosta de mulher, se é que me entende. Por isso, que a dona perdeu o interesse de continuar vindo pra cá.

Alice sentiu um frio na barriga.

— Mas Victor é casado com ela... parecem apaixonados. Ele a ama, não?

Dora soltou uma risada abafada.

— Apaixonado é pouco. Ele é obcecado. E ela sabe disso. Se aproveita da situação. J**a com ele como bem-quer. Tenho pra mim que isso é intencional. Pura pirraça.

Dona Santa acrescentou ainda:

— Amor é uma palavra complicada quando Valentina está envolvida. Ela brinca com as pessoas.

Alice ficou em silêncio. O sorriso que a mulher lhe deu, aquele olhar afiado, tudo voltou à mente como uma onda.

— Então por que ela veio aqui hoje? — perguntou, quase para si mesma, com os olhos assustados.

As duas se entreolharam, e Dona Santa murmurou, com os olhos estreitos:

— É isso que me intriga. Porque, se tem uma coisa que sei, é que o patrão não gosta de ser surpreendido. E hoje... ele fazer questão de chamar ela aqui?! Aí tem, viu.

Alice mordeu o lábio, sentindo o estômago revirar outra vez. 

— Então, tá... tenho que voltar. Até a próxima!

Partiu nervosa, sem saber o que estava dizendo ao tentar compreender aquela situação tensa. O olhar curioso de Valentina a observando, atentamente, dos pés a cabeça. Aquele sorriso… aquilo não era só um sorriso. Parecia mais um aviso. E se fosse um aviso para ela, o que a esperava?

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