Setenta e quatro

Eduardo

A luz do entardecer entrava suavemente pela janela do apartamento de Eduardo, a vida normal que ele estava lentamente reaprendendo a viver. Duas semanas haviam se passado desde sua alta do hospital, e sua rotina agora era uma versão pálida e dietética de sua antiga existência.

Seu pai, um homem usualmente mais presente em conferências internacionais do que na sala de estar, aparecia todos os dias pontualmente às sete da noite, carregando uma garrafa térmica de canja feita por seu chef pessoal. A cena era surreal: Pedro Braga, supervisionando o filho para garantir que ele comesse cada colher daquela sopa insossa como se o destino do mundo dependesse disso.

- Está tudo bem, pai. Já sou grande - Eduardo tentou protestar no terceiro dia.

- Pela sua última performance digestiva, discordo veementemente - Pedro retrucou, com a seriedade de um cirurgião cardíaco. - Agora come. Tem cenoura ralada. A nutricionista disse que cenoura é bom.

Gustavo, por sua vez, era uma presença constante
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