O cheiro de antisséptico era a primeira coisa que Eduardo percebeu quando a consciência começou a retornar em fragmentos desconexos. Uma dor surda e profunda nas costas, vozes abafadas, o som monótono de monitores hospitalares. Ele tentou abrir os olhos, mas as pálpebras pesavam como chumbo.
- Doutor, ele está se movendo!
A voz era de Vivian. Soava rouca, exausta, mas cheia de uma esperança que fez seu coração doer.
Ele forçou os olhos a se abrirem, as luzes brancas do hospital ofuscando sua visão por um momento antes de se ajustarem. E então a viu - sentada ao lado de sua cama, seus cabelos embaralhados, olhos inchados e com olheiras escuras, mas ainda a mulher mais linda que ele já vira. Sua mão envolvia a dele, seus dedos entrelaçados com uma firmeza que falava de horas - dias? - de vigília constante.
- Eduardo? - ela sussurrou, seus olhos marejando. - Você está comigo?
Ele tentou falar, mas sua garganta estava seca, a voz saindo como um rosnado. Vivian entendeu imediatamente, pega