Mundo ficciónIniciar sesión— Na próxima vez que tentar fugir de mim, eu irei atrás de você. E não se engane... eu vou te alcançar. Entendeu? — S-sim, senhor. — Gaguejei, sentindo meu corpo inteiro arder de repente. — Alfa! — Ele corrige, com voz baixa e firme. — Posso ser um Lycan e um Rei, mas ainda sou o seu Alfa, docinho. Sage é apenas uma ômega rejeitada, invisível aos olhos de todos, forçada a viver como escrava dentro da alcateia Blackthorn. Cassius Sloane, o herdeiro Alfa, parecia ser o único em quem ela podia confiar. Ou pelo menos, era o que pensava. Tudo muda quando um estranho de beleza selvagem aparece em seu caminho... ensanguentado, ferido, à beira da morte. Sage sabe o que significa acolher um lobo renegado, mas sua natureza compassiva a impede de virar as costas. E, assim que ele se cura, ele a deixa, como todos os outros. Quando ela já não tem mais nada a perder, é esse mesmo estranho que retorna, no instante exato em que ela mais precisa. Mas a salvação vem acompanhada de verdades que abalam tudo o que ela acreditava. E a dor da traição, mais uma vez, queima fundo. Ela pode ter ganhado uma nova chance e um novo lar, mas logo descobre que a poderosa Alcateia Real não é lugar para uma ômega como ela. E a atração proibida, ardente e cada vez mais incontrolável que sente por certo rei, um rei que jamais poderá ser seu, ameaça a consumi-la. Em um reino atormentado por renegados mutantes e perigos políticos, será que ela conseguirá se erguer acima de sua posição e encontrar a verdadeira felicidade, ou permanecerá para sempre como a ômega rejeitada?
Leer másSageForam os fragmentos que chamaram minha atenção primeiro — vozes abafadas vindo do escritório de Alaric enquanto eu passava.— Está se tornando um problema...— Não podemos proteger a alcateia se continuarmos...— Precisamos tomar uma decisão sobre a ômega...Congelei, encostando na parede ao lado da porta entreaberta. A voz de Alaric cortou as outras, tensa e firme.— Ela fica. Isso não está em discussão.— Mas, meu rei, depois do que aconteceu no encontro...— Eu disse que não.O tom final de sua voz deveria me tranquilizar. Em vez disso, me lembrou todas as vezes em que Cassius insistiu para que eu ficasse em Blackthorn até o momento em que me tornei um incômodo.Me afastei antes que percebessem que eu estava ouvindo. A palavra "problema" ecoava na minha cabeça enquanto eu seguia para o salão de refeições, na esperança de que a comida acalmasse o nó no meu estômago.No instante em que entrei, percebi que tinha cometido um erro. Eris estava sentada à mesa com três outras lobas de
SageO aroma das ervas medicinais normalmente me acalmava, mas naquele dia nem mesmo a rotina familiar de separar folhas e raízes conseguiu silenciar meus nervos. Os sussurros dos criados ecoavam pelo pavilhão de cura como folhas secas ao vento:— Reunião de aliança...— Rei Perseus sugeriu...— Combinação perfeita, de fato...Foquei com mais força nas folhas de mil-folhas nas minhas mãos, tentando me tornar menor, invisível. Mas invisibilidade era impossível quando Eris atravessou a porta com o próprio Rei Perseus, a voz dela ecoando com precisão ensaiada.— As fronteiras do Norte sempre foram nossa principal preocupação. — Disse ela. — A alcateia do meu pai defendeu aquele território por gerações.— De fato. — A aprovação fria de Perseus me deu vontade de encolher ainda mais nas sombras. — Seu conhecimento sobre política de alcateias é... refrescante.O olhar dele deslizou por mim como se eu fosse menos que nada. O sorriso de Eris revelou um lampejo de presa.— Oh, querida Sage. — Ca
AlaricDo meu escritório, o som do riso delas chegou com a brisa da manhã. Sage e Iris estavam sentadas no jardim, as cabeças inclinadas uma para a outra enquanto tomavam café. A luz do sol transformava o cabelo loiro-prateado de Sage em pura estrela. Meu lycan roncava de contentamento ao ver nossa companheira feliz, mesmo que a gente ainda não pudesse reivindicar ela.Mas então o vento mudou, trazendo um cheiro que fez meu sangue gelar.Meus pais tinham chegado. Três semanas antes do previsto.Quando os guardas anunciaram a chegada, eu já estava no pátio. Phantom se agitava sob minha pele, inquieto diante da ameaça que se aproximava da nossa paz ainda tão frágil.O poder do meu pai atingiu como uma onda física quando a carruagem chegou — uma energia Alfa fria e implacável que, quando eu era filhote, me jogava de joelhos. Agora, permaneci firme. Mas algo, lá no fundo, ainda queria recuar.— Alaric. — A voz dele carregava o peso de décadas de julgamento. Mesmo antes de descer da carruag
SageA luz da alvorada tingia o campo de treinamento com tons dourados enquanto nos reuníamos para a prática matinal. Meu corpo ainda doía do dia anterior, mas o que vibrava em mim agora era outro tipo de tensão, uma que crescia enquanto eu observava Alaric demonstrar os movimentos de defesa do dia. O corpo dele se movia com uma graça poderosa, e precisei me forçar a prestar atenção na técnica... em vez da maneira como a camisa colada do treino moldava seus ombros.— Tá encarando. — Iris sussurrou, surgindo ao meu lado.— Tô estudando a postura dele. — Me defendi, sentindo o calor subir até as bochechas.— Ah, disso eu não duvido. — Ela deu um sorriso malicioso. — Quer ouvir sobre a vez em que ele caiu no riacho tentando se exibir pra uma loba bonitinha?— Iris...— Em duplas! — A voz de Alaric cortou o ar da manhã como um comando de guerra.Antes que eu pudesse me mexer, Iris agarrou meu braço.— Hoje você treina comigo. — O sorriso dela prometia encrenca. — Hora do nosso momento "mel
SageTudo doía. Descobri músculos que nem sabia que existiam ao me arrastar para fora da cama na manhã seguinte ao treino. Mas as dores físicas não eram nada comparadas ao pânico que me tomou quando Iris invadiu meu quarto como um furacão.— Emergência! — Ela já estava abrindo o enorme guarda-roupa que me intimidava todos os dias. — A delegação da Alcateia do Norte chega hoje à noite para uma recepção formal. Temos exatamente oito horas para te deixar apresentável.Meu estômago despencou. Perguntei:— Eu posso só... não ir?Iris se virou para mim, com as mãos na cintura:— Você está morando na casa do rei lycan. Comparecer não é opcional.— Mas eu sou só...— Se você disser "só uma ômega", eu vou jogar alguma coisa em você. — Ela revirou os vestidos que eu tinha medo até de tocar. — Você acalmou um lobo em surto ontem. Acho que isso te garante um lugar à mesa.Certo. O incidente que provavelmente ainda era assunto nos corredores. Mordi o lábio, lembrando do jeito como Alaric me olhou d
AlaricO amanhecer ainda não chegou, mas dormir era impossível. Meu lycan andava de um lado para o outro dentro de mim, inquieto, revivendo o confronto de ontem com Sage debaixo da chuva. O jeito como os cabelos prateados colavam na pele dela. A determinação nos olhos violetas. O cheiro dela — madressilva, chuva e algo mais, algo antigo que atiçava cada instinto primitivo que eu possuía.— Companheira — Rosnou Phantom. — Proteger.Mas como eu protegia alguém que via segurança como uma prisão?— Você tá um lixo. — Disse Garrett, entrando no meu escritório sem bater, e largando uma pilha de relatórios sobre minha mesa.Lancei a ele um olhar mortal.— Sua pontualidade é irritante, como sempre.— Você vai querer ouvir isso. — Toda a leveza sumiu do rosto dele. — A Alcateia da Lua Azul foi atacada ontem à noite. Levaram três ômegas.A madeira da minha cadeira rachou sob meu aperto.— Levaram? Não mataram?— Nenhum corpo foi encontrado. Mas os sobreviventes relataram que os lobos mutantes pa
Último capítulo