Mook entrou na base como quem pisa em cacos de vidro. Cada passo era uma facada no silêncio pesado do lugar. Suado, tenso, os olhos de garoto carregavam uma maturidade que não era da sua idade, atentos a cada sombra, a cada movimento. O segurança, com sua desconfiança habitual, notou a chegada, mas não impediu a passagem. Apenas observou o garoto sumir pelo corredor.
Lá dentro, Theo estava imerso em anotações quando ouviu a porta ranger. Levantou os olhos — e o mundo parou.
Não era preciso dizer nada. O envelope na mão de Mook, amassado e sujo, gritava a verdade que ele mal ousava sussurrar para si mesmo.
Moveu-se devagar, quase em transe. Estendeu a mão para pegar o bilhete, como se fosse feito de papel-vidro, frágil demais para qualquer pressa. O coração, já acostumado a batidas erradas, agora saltava em um ritmo descompassado e doloroso.
Abriu.
"Se você tá lendo isso, é porque o Mook chegou inteiro. E se chegou inteiro, é porque ele é mais do que eu pensava, mais do que qualqu