A sala da coordenação estava silenciosa. O sol mal havia subido no alto do morro, mas Isis já estava ali, de pé, com os olhos cravados no arquivo digital da "A Dona do Morro". A luz azul da tela iluminava seu rosto tenso. Cada parágrafo lido era um soco no peito, um estalo na memória. Théo havia deixado tudo registrado. Tudo.
Ela revivia a dor, mas também sentia algo novo. Uma raiva contida, uma fúria que não era destrutiva, mas impulsionadora. Theo nunca os traiu. Ele se entregou. Se expôs. Escolheu o morro. Ela passou semanas recusando-se a escutar, se fechando no próprio luto. Mas agora, com a verdade escancarada diante dela, não tinha mais como negar. Ele tinha que voltar. E ela ia buscar.
— Quero saber tudo. — A voz de Isis cortou o silêncio, firme. — Tudo o que vocês fizeram nesse tempo todo. Enquanto eu tava cega, vocês tavam com os olhos abertos. Me atualizem agora.
Neumitcha trocou um olhar com Corvo e Zóio. Eles já esperavam por esse momento. Era questão de tempo.
— A ge