A ONG Raízes do Morro pulsava com uma energia nova. Os projetos floresciam como os galhos de uma árvore que, mesmo sacudida pela tempestade, insistia em dar frutos. Cursos de beleza, alfabetização, esportes — tudo a mil. O salão de Neumitcha virara referência. A quadra, templo de boxe e esperança. E no centro de tudo, Isis. Firme, viva. A chama acesa.
Zóio, ainda em recuperação, já conseguia conversar melhor. As visitas ao seu leito eram frequentes, mas ele sabia separar os assuntos. A revelação sobre Theo continuava sendo segredo entre ele e Bê. Agora, formava-se um trio silencioso: Theo, Bê, Zóio. Três trajetórias distintas, entrelaçadas por verdades, cicatrizes e o morro.
Bê dividia o tempo entre os treinos na quadra e o quarto de Zóio. Às vezes só ficava ali, em silêncio. Outras lia trechos de livros, falava das crianças, das aulas. Era como se quisesse compensar o que ficou pra trás — ou talvez proteger o que ainda restava. Riam, relembravam histórias antigas. Mas às vezes, no