Era quase meia-noite quando Isis foi até o quartinho de Theo.
O som dos passos leves ecoava nos azulejos. O mundo lá fora dormia. A ONG, que horas antes fervilhava de vozes e risos, agora repousava sob o manto denso da noite.
A porta estava encostada, entreaberta. Isis bateu levemente.
— Tô entrando, hein… — avisou, com um tom que carregava mais do que palavras.
O quarto era pequeno, simples, imerso numa penumbra aconchegante. Só uma luz amarela, fraca, de um abajur improvisado, desenhava sombras nas paredes. Theo estava deitado no colchão no chão, vestindo só uma cueca preta e uma regata branca fina. O lençol embolado nos pés. Um braço dobrado sob a cabeça, olhos fechados — mas não dormia.
— Não tem problema eu entrar? — ela perguntou, com um sorriso leve no canto da boca.
— Só se for pra ficar. — ele respondeu, abrindo os olhos e mirando nela com firmeza.
Ela entrou. Passos lentos. Sinceros. Fechou a porta com cuidado. Os olhos dela percorreram o corpo de Theo — os ombros la