O sol nascia sem pressa no morro. A brisa soprava suave, como se a natureza respeitasse o silêncio que reinava na laje da ONG Raízes do Morro. Desde que Zóio chegou ferido, a rotina ali se dividia entre duas coisas: resistir e esperar.
Durante o dia, o trabalho seguia firme. As oficinas continuavam, os cursos com os novos professores aconteciam, crianças corriam com cadernos e pincéis nas mãos. E Neumitcha fazia questão de lembrar a todos — com um batom impecável e voz firme — que a vida não podia parar.
Mas à noite, os corredores da ONG se transformavam em vigília.
Colchões foram espalhados pelas salas e corredores. Bê arrastou o dele pro canto da sala da clínica. Theo ficou ao lado. Cebola, Formiga, Doquinha e Barril se revezavam entre o preparo dos lanches e o monitoramento das portas. Jade também circulava por ali, ajudando a refrescar a testa de Zóio com panos frios. A cada leve movimento dele, um suspiro coletivo cortava o silêncio.
Isis não dormia. Nem Theo. Eles se revezavam n