O sol não nasceu de vez naquela manhã.
Era como se o céu também estivesse esperando uma resposta. Dentro da clínica da ONG Raízes do Morro, tudo ainda respirava em compasso de espera. Zóio, quieto, frágil — mas vivo. Era o suficiente pra manter o coração da comunidade batendo.
No pátio, a vida continuava. Crianças corriam, oficinas rolavam, o cheiro de sabão da lavanderia se misturava ao som de marteladas da creche em construção. Theo observava tudo de longe. Mas a mente dele… ainda estava no quarto dos fundos.
Na porta da clínica, Isis ouvia com atenção o médico voluntário.
— A pressão estabilizou. Ele está reagindo bem aos antibióticos. Se continuar assim, talvez abra os olhos ainda hoje.
Isis fechou os olhos, sentindo o alívio quase transbordar. Zóio era mais do que cria. Era raiz.
Lá dentro, Neumitcha ajeitava o quarto com cuidado.
— Vamos acordar, menino. A vida aqui fora precisa do teu riso. — disse, enquanto ajeitava os cobertores.
Theo entrou com uma xícara de café.
— Vai ver