O sol subia devagar no céu do morro, como quem também acordava cansado depois de três dias de festa.
Restos de bandeirinhas ainda balançavam preguiçosas nos fios, como se se recusassem a ir embora. Copos plásticos espalhados, cheiro de churrasco se misturando ao da terra molhada. A paz parecia real, mas tinha algo no ar… um peso invisível, sutil, que nem a brisa da manhã conseguiu levar embora.
Theo abriu a porta de sua casinha simples no alto da ladeira, enxugando o suor da nuca com a camiseta. Ainda estava com o corpo mole de tanto dançar, rir, brincar com as crianças — e pensar em Isis. Mas havia algo naquele dia que chamava. Algo diferente.
Lá embaixo, o pátio da ONG voltava a viver: bola rolando, criança rindo, menino no pandeiro improvisado. Theo sorriu sozinho. No meio daquele caos bonito, sentia algo que não sabia explicar. Paz, talvez. Ou pertencimento.
— E aí, professor! Vai dormir até meio-dia agora? — gritou Bê, surgindo com o cigarro pendurado no canto da boca e um copo d