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Capítulo 14 – Coturnos e Cicatrizes

Era pra ser só mais um dia de aula.

O cheiro de cuscuz fresco se misturava com o som das crianças jogando bola na quadra. Os voluntários chegavam aos poucos, vestindo o colete da ONG como se fosse armadura. Theo ajudava a colar um cartaz novo na parede da sala de leitura: "Meus sonhos cabem nesse mundo. E eu também."

— Ei, professor — chamou Bê, encostando na porta com o boné virado pra trás. — Ficou maneiro isso aí. Quase chorei.

— E você chora por alguma coisa, Bê? — Theo sorriu.

— Só quando o Flamengo perde e quando o gás acaba no meio do banho.

Eles riram. Riram de verdade.

Era aquilo. O improvável. O impossível. O milagre de paz no alto do morro.

Mas o futuro tem mania de ser interrompido.

PÁ. PÁ. PÁ.

Estalos secos rasgaram o ar, vindos do beco dos Pinheiros. O riso parou. As crianças congelaram. O mundo virou susto.

— Deita! — gritou Theo, cobrindo os pequenos com os braços.

Na rua, Barril puxava o rádio com a urgência de quem já viveu isso mil vezes. Doquinha saiu co
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