O Casamento da Cigana e do Don
A manhã amanheceu clara na Sicília, com o sol suave iluminando a capela erguida no terreno da propriedade de Don Vitório. Era uma construção simples, mas elegante, ornamentada com flores frescas colhidas pelas ciganas e arranjadas com rigor pelas mulheres sicilianas. O cheiro de alecrim e jasmim impregnava o ar, como se a própria terra tivesse decidido abençoar aquele dia.Dessa vez, não haveria fogueira nem violinos ecoando pela noite adentro. Não seria o casamento cigano, cheio de música e resistência. Agora seria diferente: o casamento religioso e civil, na tradição siciliana. E todos estavam reunidos — ciganos, sicilianos, aliados, irmãos de sangue e de honra.O pai de Sara, que nunca vestira nada além de roupas simples e túnicas, aparecia pela primeira vez de terno. O tecido o incomodava, mas lhe dava uma imponência inesperada. A barba estava aparada, o cabelo alinhado. Um homem transformado. A mãe de Sara também su