A porta se fechou atrás deles, abafando os ecos da risada de Sara quando foi carregada no colo pelo Don. No quarto, a penumbra era suave, iluminada apenas pelo reflexo amarelado de velas acesas. O perfume de cera misturado ao incenso cigano que Sara havia espalhado antes criava uma atmosfera quase ritualística. Vitório a colocou no chão, e por um instante apenas a olhou, como se precisasse gravar cada detalhe daquela mulher que o havia transformado em apenas alguns dias.
— Agora, meu Don, começa a nossa aula… — disse ela, a voz baixa, rouca, sedutora. — Eu pedi três lições. Três. E você vai me ensinar todas elas.
Vitório arqueou uma sobrancelha, um sorriso malicioso surgindo no canto dos lábios.
— Você quer que eu seja seu mestre?
— Mestre, amante e marido. Tudo ao mesmo tempo. — ela respondeu, com aquele olhar verde faiscante que parecia atravessá-lo. — E eu vou ser sua aluna, mas também vou te ensinar.
Eles caminharam juntos até o