SOFIA
Na terça-feira, o telefone tocou, e a voz de Isabella veio do outro lado da linha, firme, quase ansiosa.
— Eu quero buscar o Enzo hoje. Vamos tomar sorvete, sair um pouco. Ele tá querendo.
Eduardo parou no meio do que estava fazendo e me olhou, os olhos carregados de cansaço.
— Já é o terceiro dia seguido, Sofia.
Respirei fundo, tentando não deixar a ansiedade transparecer. O que estava acontecendo ali, entre eles, não era algo simples de entender. A mudança de dinâmica, a entrada de Isabella de volta na vida de Enzo, tudo isso trazia uma bagunça de sentimentos que eu sabia que nem todos estavam prontos para lidar.
— Eu sei. Mas ele quer — falei com calma, tentando ser a ponte entre dois mundos que se colidiam.
Ele balançou a cabeça, visivelmente preocupado.
— E se ele voltar confuso? E se ela disser algo que ele não deve ouvir? E se ele começar a gostar mais dela do que de mim?
O medo estava estampado em seu rosto. Eu podia sentir o peso das palavras dele no ar