EDUARDO
Os dias seguintes ao passeio no parque… foram uma montanha-russa de sentimentos.
Enzo acordava como quem carrega o brilho da curiosidade nos olhos. Ele vinha até minha cama com aquele sorriso que só as crianças sabem dar, cheio de esperança e uma dúvida que ele não sabia nomear.
— Papai, a mamãe vai vir hoje? Eu posso ligar pra ela? Ela vai me buscar na escola um dia desses?
As palavras dele não vinham com um tom de cobrança. Não havia exigência, não havia raiva ou amargura. Havia simplesmente… uma vontade. Uma necessidade de preencher o espaço da ausência dela. Uma criança tentando entender onde encaixar, de forma gentil e descomplicada, a outra metade de sua história que ela mesma nunca soubera contar.
Eu sabia que isso, de alguma forma, era bom. Era saudável. Era o tipo de alicerce que ele precisava para recomeçar. Mas o que me apertava o peito era ver o quanto ele parecia levar tudo de forma tão leve, tão pura. Ele não carregava mágoa. Não tinha medo de tentar de novo.
E,