Horas depois
EDUARDO
Com tudo o que estava acontecendo, eu sabia que o momento dessa conversa com Isabella chegaria, só não imaginava que seria tão rápido.
Ela esperava por mim sentada num banco de pedra em frente ao prédio onde morava. Vestia uma jaqueta bege, simples, e segurava uma xícara de café descartável entre as mãos. Os olhos voltados pro nada, mas o corpo inteiro em alerta. Como se soubesse que essa conversa viria. E que não teria como escapar dela.
Me aproximei com passos firmes. O coração batendo mais do que devia. Mais do que eu gostaria.
— A gente pode conversar? — perguntei, parando diante dela.
— Claro — ela respondeu, sem hesitar. — Tô pronta.
Me sentei ao lado, mantendo uma distância segura. Física e emocional. Era preciso.
— Eu vi vocês no parque — falei, direto. — De longe. Você foi cuidadosa. E eu agradeço por isso.
Ela sorriu, mas era um sorriso triste.
— Eu tô tentando, Eduardo. Juro. Não quero atrapalhar o que vocês construíram com o Enzo. Só quero... um espaç